quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Me perco com a cabeça, as mãos e o coração (do qual perdi há tempos).
Me perco no tempo e na saudade.
E agora o som do violão imita a melodia mal feita que você inventou, imita a mórbida sensação de solidão. A solidão compartilhada.
Eu disse que preferia dormir nua, pois só à noite, naquele som do silêncio quebrado com os suspiros, consigo me sentir livre... E livre posso pensar, e apenas pensar que te tenho em mãos. Te tenho com o poder e o suspiro de sentir-te... Escorreguei, senti calafrios e finalmente por dentro dos lençois pude ter a liberdade. Santa chuva que hoje caiu, santa secura dentro de ti e que se abriu em mim.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Ás vezes queria ser menos ansiosa e anelante. Queria poder ver os pássaros voando sem imaginar o pouso calmoso, contraditoriamente. Medir as palavras e não me enganar tanto quanto tenho ilusoriamente feito, em quase todos os sentidos.Tenho me enganado tanto, e corrido contra o tempo-pensamento-sentimento.Não vejo graça e nem ação além de acordar e dormir.

sábado, 19 de julho de 2008


Deito as mãos à cabeça
Cabeça sólida
Cabeça asna, asna sou eu
De cabeça naufragada em minhas asneiras particulares
no meio das minhas mãos, vejo as linhas turbulentas e lentas e lentas
elas se perdem, se derrubam em meio aos olhares fúnebres

Retenho-me e me acuso
derreteste toda a minha fartura
as palavras, as lástimas, a satisfação,
se foram...
Sobrou apenas as partes distorcidas do crânio

Para que serve a cabeça para além
dos cabelos lisos, ondulados, crespos, negros
penteados , curtos ou assim-assim?
Não me interessa

Pensar? Nem pensar…

quinta-feira, 10 de julho de 2008


sentia teu corpo, sua barba roçava em minha pele, os narizes se amassavam de tanto ardor,

eu gritava por dentro, ficava surda, exaltada... queria me gabar, queria me sufocar em teu corpo mais uma vez, mais uma e mais duas.

pensava te ter naquele momento e pelo resto de meus dias, meu corpo suplicava por mais, mais entranhas tuas.

pedia que me calasse, as suas mãos suadas em meus lábios ensebados, olhando em meus olhos, que agora, brilhavam de jovialidade...

teu corpo me dizia cale-se.
e assim que se sucedeu o meu último suspiro.
cale-se, por favor.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

uma estrábica olhando pra ti
eu, sempre eu
é assim, não é?!
mas não da mesma forma, da mesma cor
do mesmo cheiro
aquele olhar escuro, aquele sorriso pequeno pequenino
o jeito delicado
e aquela voz, ah...
e um medo de gostar mais.

sexta-feira, 20 de junho de 2008




Fure meus olhos com seus sinuosos bicos. Só assim não poderei enxergar o silêncio teu que tanto me aflinge, só assim poderei desonerar-me de ti.
Não me indague com tanta frequência... só não esqueça-me.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Eu nunca havia sentido tal coisa
Senti-me suja, senti-me mal amada e mal comida,
uma puta deixada aos prantos depois de ser espancada sem ser paga.
Era assim, simples de descrever aquela loucura que você havia me deixado
sem rastros, sem feição de dor, sem dor.
Estava perdida, estava tonta de tanto álcool consumido em menos de 24 horas seguidas,
os cigarros haviam se esgotado, assim como eu. Era o último do maço, e assim como eu, mais uma vez,
precisava consumir mais, consumir mais de mim, e de toda aquela dor que já não era mais guardada,
já era sufocadora, intensa e progredia para os fins de seus dias.
Deixo claro, em mais um dia daqueles... que estão por ir buraco abaixo.
E enquanto eu me perdia em teu sorriso e teu olhar sem nenhum fundamento, você se perdia em tuas mentiras mais esdrúxulas e descaradas.
Desculpe-me, perdi-me novamente, de novo e mais uma vez, de mim mesma. E só agora, só agora volto a ser eu mesma,
com todas as cores, contrastes, o fundo ao sol, o enquadramento, o foco, assim como uma fotografia (que você fez questão de rasgá-la), que está sendo colada aos poucos...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O que eu quero mesmo é me salvar da loucura que cada vez me afundo mais. A loucura mais pura, mais inebriante da qual você nunca vai conhecer...
Você me queimou por dentro, me fez irradiar...
Afinal, ainda estou aqui,
porém eu queria escorrer todas as vezes que sentisse aquele ardor, e a vontade de fugir por onde não se tem saída...
Algum dia, talvez, eu entenda o que estava tão subentendido entre nós. Algum dia, talvez, teremos a estação, o outono, o inverno e a dor que desejarmos, no momento que quisermos, independente deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu e das estrelas sem destino e convicção.