sexta-feira, 20 de junho de 2008




Fure meus olhos com seus sinuosos bicos. Só assim não poderei enxergar o silêncio teu que tanto me aflinge, só assim poderei desonerar-me de ti.
Não me indague com tanta frequência... só não esqueça-me.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Eu nunca havia sentido tal coisa
Senti-me suja, senti-me mal amada e mal comida,
uma puta deixada aos prantos depois de ser espancada sem ser paga.
Era assim, simples de descrever aquela loucura que você havia me deixado
sem rastros, sem feição de dor, sem dor.
Estava perdida, estava tonta de tanto álcool consumido em menos de 24 horas seguidas,
os cigarros haviam se esgotado, assim como eu. Era o último do maço, e assim como eu, mais uma vez,
precisava consumir mais, consumir mais de mim, e de toda aquela dor que já não era mais guardada,
já era sufocadora, intensa e progredia para os fins de seus dias.
Deixo claro, em mais um dia daqueles... que estão por ir buraco abaixo.
E enquanto eu me perdia em teu sorriso e teu olhar sem nenhum fundamento, você se perdia em tuas mentiras mais esdrúxulas e descaradas.
Desculpe-me, perdi-me novamente, de novo e mais uma vez, de mim mesma. E só agora, só agora volto a ser eu mesma,
com todas as cores, contrastes, o fundo ao sol, o enquadramento, o foco, assim como uma fotografia (que você fez questão de rasgá-la), que está sendo colada aos poucos...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O que eu quero mesmo é me salvar da loucura que cada vez me afundo mais. A loucura mais pura, mais inebriante da qual você nunca vai conhecer...
Você me queimou por dentro, me fez irradiar...
Afinal, ainda estou aqui,
porém eu queria escorrer todas as vezes que sentisse aquele ardor, e a vontade de fugir por onde não se tem saída...
Algum dia, talvez, eu entenda o que estava tão subentendido entre nós. Algum dia, talvez, teremos a estação, o outono, o inverno e a dor que desejarmos, no momento que quisermos, independente deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu e das estrelas sem destino e convicção.