sábado, 19 de julho de 2008


Deito as mãos à cabeça
Cabeça sólida
Cabeça asna, asna sou eu
De cabeça naufragada em minhas asneiras particulares
no meio das minhas mãos, vejo as linhas turbulentas e lentas e lentas
elas se perdem, se derrubam em meio aos olhares fúnebres

Retenho-me e me acuso
derreteste toda a minha fartura
as palavras, as lástimas, a satisfação,
se foram...
Sobrou apenas as partes distorcidas do crânio

Para que serve a cabeça para além
dos cabelos lisos, ondulados, crespos, negros
penteados , curtos ou assim-assim?
Não me interessa

Pensar? Nem pensar…

quinta-feira, 10 de julho de 2008


sentia teu corpo, sua barba roçava em minha pele, os narizes se amassavam de tanto ardor,

eu gritava por dentro, ficava surda, exaltada... queria me gabar, queria me sufocar em teu corpo mais uma vez, mais uma e mais duas.

pensava te ter naquele momento e pelo resto de meus dias, meu corpo suplicava por mais, mais entranhas tuas.

pedia que me calasse, as suas mãos suadas em meus lábios ensebados, olhando em meus olhos, que agora, brilhavam de jovialidade...

teu corpo me dizia cale-se.
e assim que se sucedeu o meu último suspiro.
cale-se, por favor.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

uma estrábica olhando pra ti
eu, sempre eu
é assim, não é?!
mas não da mesma forma, da mesma cor
do mesmo cheiro
aquele olhar escuro, aquele sorriso pequeno pequenino
o jeito delicado
e aquela voz, ah...
e um medo de gostar mais.