sábado, 19 de julho de 2008


Deito as mãos à cabeça
Cabeça sólida
Cabeça asna, asna sou eu
De cabeça naufragada em minhas asneiras particulares
no meio das minhas mãos, vejo as linhas turbulentas e lentas e lentas
elas se perdem, se derrubam em meio aos olhares fúnebres

Retenho-me e me acuso
derreteste toda a minha fartura
as palavras, as lástimas, a satisfação,
se foram...
Sobrou apenas as partes distorcidas do crânio

Para que serve a cabeça para além
dos cabelos lisos, ondulados, crespos, negros
penteados , curtos ou assim-assim?
Não me interessa

Pensar? Nem pensar…

Um comentário:

. nando ticon disse...

Ao que resta as cabeças asnas, se não conseguem parar de pensar, e teimam em pensar no que não se deve deixar tão dentro pra que não comprometa o por fora. A parte distorcida é o que se vê, mas não a causa.